Maria auxiliadora silva

Maria auxiliadora silva.


Aos 14 anos Maria Auxiliadora começou a desenhar com carvão. Passou logo para o guache, e só aos 26 anos experimentou a tinta a óleo. A própria Maria Auxiliadora, em depoimento para “Mitopoética de nove artistas brasileiros” (1975), em que escrevi o primeiro ensaio sobre o seu trabalho, define seu percurso técnico: “Meus primeiros óleos, em 1968, eram chapados, sem relevo”. Mas no fim desse ano eu comecei a fazer relevo com cabelo. Primeiro usando o próprio óleo para fixar, porque nessa época eu não conhecia ainda a massa da Wanda. Pegava a tinta bem grossa e imprimia o cabelo no meio da tinta.
Maria Auxiliadora já apontava nessa fala para a construção do trabalho híbrido entre a pintura e o alto relevo que caracterizá a sua expressão visual, em que muitos viram uma manifestação fronteiriça da pop art. No final dos anos 1960 e na década de 1970, ela utiliza muitas vezes diálogos escritos, saindo da boca dos personagens, à maneira das histórias em quadrinhos. 
O relevo pronunciado dos órgãos genitais femininos, além de obviamente sublinhar a representação da sexualidade, rente a raras mas existente iconografias de orixás como Iemanjá, que indicam fertilidade.
Esta associação é feita pelo contexto social mostrado pela pintura urbana de Maria Auxiliadora.



Lafaete Rocha







Lafaete Rocha

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