As oportunidades educacionais para negros e brancos.

 As oportunidades educacionais para negros e brancos.


 Apresentar aos estudantes algumas desigualdades sociais e educacionais entre negros e brancos no Brasil contemporâneo como ponto de partida para a nossa reflexão sobre racismo. Olá cursist@s! Vamos começar a nossa conversa falando um pouco com você, caro (a) cursista, sobre as desigualdades raciais na área da educação que ainda existem em nosso país. Como você já sabe, o Brasil é um país com profundas desigualdades sociais.

 Os dados estatísticos produzidos nas últimas décadas no Brasil comprovam que as desigualdades brasileiras não são somente de classe social, mas também de raça, gênero, regional etc.
Os dados quantitativos dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia IBGE, da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do próprio Ministério de Educação mostram que, quando se destaca a comparação entre pessoas de diferentes raças nestes levantamentos estatísticos, percebemos que os negros ocupam geralmente posições inferiores aos brancos, mesmo pertencendo a uma mesma classe social.

 1. Negros e brancos têm as mesmas oportunidades educacionais no Brasil? 1.1 As desigualdades sociais e raciais Antes de entrarmos em nossa discussão sobre acesso à educação no Brasil para brancos e negros, podemos discutir um pouco sobre o que significa as desigualdades sociais e raciais no Brasil. As sociedades modernas, inclusive o nosso país, se estruturaram por meio de uma contradição básica: uma ordem jurídica que prega que todos somos iguais perante a lei e uma ordem econômica e social em que as desigualdades e diferenças de renda, instrução, origem, cor da pele, gênero, status, entre outros marcadores de diferença, configuram várias formas de desigualdades sociais.
A igualdade de oportunidades, um dos credos do pensamento político liberal, é uma ficção normativa que entra em choque com a experiência cotidiana das pessoas marcadas por diversas barreiras sociais e simbólicas que funcionam como mecanismos de produção de desigualdades em diferentes espaços sociais: escola, mercado de trabalho, representação política, etc. As desigualdades sociais são bastante evidentes e contrastivas na sociedade brasileira. Não é difícil perceber o abismo que separa pobres e ricos. Basta olharmos para estatísticas sobre propriedade e renda da população brasileira nos últimos censos ou a maneira como ocorre 8 Módulo 1 - Aspectos gerais da educação e das relações étnico-raciais a ocupação e apropriação do espaço urbano em áreas centrais e periféricas.

 Mas nem todos concordam que existam desigualdades raciais no Brasil. Para alguns, os negros são discriminados por serem a maioria pobre e não por causa de sua cor da pele ou determinados traços faciais e tipo de cabelo. Além disso, afirmam que uma pessoa pode nascer pobre e negra, mas com esforço pessoal e muita dedicação aos estudos e ao trabalho pode ascender socialmente e quebrar as várias barreiras sociais, alcançando sucesso pessoal e superando preconceitos. Você concorda com este tipo de afirmação? Um branco e um negro ou uma mulher negra e outra branca com a mesma condição social têm as mesmas oportunidades educacionais e trabalhistas na sociedade brasileira? A ascensão social de alguns negros, individualmente, muda a desigualdade racial entre negros e brancos no Brasil? Todos os principais levantamentos estatísticos das últimas décadas, que incluíram a categoria “raça/cor”, demonstram a existência de desigualdades raciais no Brasil, especialmente nos anos médios de escolaridade, inserção no mercado de trabalho, diferenças de rendimentos e tipos de ocupação.
Os negros e pardos (categoria do IBGE) continuam tendo menor taxa de escolarização, quando comparado com os brancos, trabalham mais em ocupações com menos status social, ganham salários médios menores e poucos ocupam cargos de chefia. Na pesquisa realizada em 1999 na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, a taxa de desemprego entre os negros era de 20,9% enquanto entre os brancos era de 13,8%. Aquela pesquisa também revelou que no período somente 1,9% dos negros ocupados em São Paulo eram empregadores, enquanto 7,2% dos brancos estavam nesta posição. Por outro lado, mais da metade das mulheres negras (56,3%) eram empregadas domésticas ou mensalistas (HERINGER, 2002, p. 62). Em 2013, o rendimento médio dos trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas era de 1.908,30 reais. Se separarmos por raça, os brancos ganhavam em média 2.334,67 reais, enquanto os negros e p

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