Crise de identidade
Objetivos:
•
Caracterizar a crítica à essencialização nas constituições identitárias;
• Apontar para as principais transformações sociais que permitiram, socialmente, mudanças
na concepção de identidades, anteriormente entendidas como fixas;
• Ilustrar o caráter híbrido, múltiplo e, por vezes, contraditório das identidades;
• Promover, a partir das experiências individuais, uma reflexão acerca da multiplicidade de
orientações que definem as identidades.
1. Introdução
Identidades essenciais e fixas relacionadas a gênero, sexualidade, etnia, “raça”, nacionalidade
e classe tem sido colocadas em questão, particularmente a partir das experiências sociais – fortemente
afetadas pelas transformações da segunda metade do século passado, especialmente
através do aprofundamento da globalização.
Estas transformações estão também mudando nossas identidades pessoais, abalando
a ideia que temos de nós próprios como sujeitos integrados.
Esta perda
de um “sentido de si” estável é chamada, algumas vezes, de deslocamento ou
descentração do sujeito. Esse duplo deslocamento – descentração dos indivíduos
tanto de seu lugar no mundo social e cultural quanto de si mesmos – constitui
uma “crise de identidade” para o indivíduo. (HALL09: 2002)
A ideia de movimento nas práticas sociais de algo que está descentrado, deslocado da experiência
socialmente percebida como norma pode ser entendida como explicadora das “crises
de identidade”. Perspectivas identitárias fixas, integrais, unificadas, que apontavam para um
núcleo estável do sujeito ou do “eu” – sempre igual ao longo do tempo e da história – tem sido
amplamente criticadas em diferentes áreas do conhecimento, apontando para uma direção
“antiessencialista das concepções étnicas, raciais e nacionais da identidade cultural e da polí-
tica da localização” (HALL 2000: 103). Situar o contexto histórico dessas mudanças permitirá
um entendimento melhor da trajetória das questões ligadas à identidade, assim como, o lugar
que hoje ocupam no pensamento social.
2. Crise de identidade?
Observamos na seção anterior o lugar importante, dentro e fora do universo acadêmico, que
hoje é ocupado pelas reflexões sobre identidade. Essas reflexões aproximam e fazem interagir
instâncias de ordem individual, co
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