O que são as identidades?
Apresentar, em linhas gerais, aspectos importantes e definidores do conceito de identidade
nas Ciências Humanas e Sociais;
• Problematizar a multiplicidade das identidades
1. Introdução
A temática das identidades é extremamente atual e recorrente nas Ciências Humanas e Sociais,
o que aponta para a sua grande importância e, também, para a sua complexidade. Nas
últimas décadas, o conceito de identidade foi largamente utilizado e, ainda hoje, é tido como
de capital importância para explicação de fenômenos sociais. O uso do conceito se fez acompanhar,
em igual medida, de uma grande crítica a seu respeito. Do que ele trata? Qual seu
significado? Que espectro recobre? Qual sua importância e quais seus limites? A busca de
respostas a essas questões nos conduz a uma reflexão sobre o tema, perpassando por aspectos
centrais que o informam.
2. O que são as identidades?
Ouvimos, cotidianamente, diferentes expressões que incorporam o conceito de identidade,
formulando expressões como: identidade nacional, identidade racial, identidade negra, identidade
religiosa, identidades de gênero, identidade cultural. As próprias expressões “perda de
identidade” e “crise de identidade” parecem mobilizar o conceito para exprimir o lugar social
que essas diferentes identidades ocupariam, hoje, num mundo globalizado, em constante e
veloz mudança. Sejam individuais, de grupo ou coletivas, essas diferentes identidades apontam
para um conjunto de valores que permitem a articulação, em torno de si, de referências
comuns que definiriam o indivíduo, os grupos sociais dos quais fazem parte ou um corpo
maior, como a sociedade, e a relação destes respectivos sujeitos com os outros indivíduos,
grupos sociais e sociedades.
Esse processo se organiza e se completa em torno de uma ideia
de identificação, que emerge a partir do reconhecimento de valores ou características comuns
que são partilhadas pelos indivíduos em relação a uma mesma origem ou ideias, informam e
dão sentido às suas práticas e permitem representar a si mesmos e aos outros. As ideias de unidade,
não contradição e de adequação a algo orbitam o pensamento sobre as identidades. Em
que consistiria, então, ter identidade? Por essa perspectiva seria ter características próprias,
intrínsecas naturais ou criadas que definiriam os sujeitos e o “ser” das coisas, em um processo
que se dá sempre em relação: sou homem e não mulher; sou brasileiro e não africano; sou negro
e não branco; sou heterossexual e não homossexual. Nesses termos, a identidade se dá em
relação a um ou a vários referentes, ligando-se à unidade e à sua contraposição em relação a
outros seres efetivamente existentes, criados ou inventados. Mas quais seriam as implicações
de se postular a questão das id
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